O individualismo é a solução que a pós-modernidade encontrou para se defender do inferno que os outros são. O egoísmo é o motor que alimenta "quase" TODAS as acções humanas. Somos homens e sê-lo é encarnar um monstro. DEUS MORREU e o HOMEM ALTRUÍSTA de tantas teorias não chegou a nascer.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O altruísmo é capitalista.

O altruísmo é capitalista.

E sentir em mim que estou limitado por não ter limites e nada existe, o absoluto é uma quimera que todos tomam como lei universal, mas não existe, não é sóbria, não é lúcida, é algo imaginável, é uma verdade alcoolizada.

E todos se rotulam de solidários, todos vestem a indumentária do altruísmo, mas a teoria é rica e a prática é "tesa", não há um tostão para a mão do mendigo que dorme na sarjeta no meio do lodo.

Sim, o altruísmo absoluto não existe, ninguém é bom por bondade, se dás a esmola é porque o teu subconsciente está ciente de que isso te faz sentir bem, dás para te sentires bem, porque te vai trazer um benefício, porque lucras com isso…

O altruísmo é capitalista.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Definição actual de sociedade

Sociedade - Sociedade são os outros.

Contadores de histórias – O Objectivo deste Blog

Sempre que me sento em frente do computador para escrever os meus dedos deambulam pelos caracteres em micro gestos nervosos. A força da indeterminação obriga o mindinho a escalar para o canto superior direito e a pressionar insistentemente a tecla “backspace”. Acabo por apagar tudo... e já não escrevo como outrora. Nem em quantidade e muito menos em qualidade.

Quando tinha doze ou treze anos habituei-me a transportar um caderno no bolso das calças e escrevia desvairadamente. Aos dezasseis publiquei “as sombras do meu ser”: poesia. Fraquinha. Os meus amigos gostaram e começaram a escrever. Mereci algum reconhecimento por parte do mundinho em que vivia e continuei a gatafunhar cadernos. Na altura tinha tantas certezas ao ponto de julgar que possuía algum talento. O problema é que a centelha não evoluiu em qualquer sentido e eu comecei a substituir os cadernos por tabaco, moedas, palhetas, bilhetes de autocarro, partituras, e um arsenal de antidepressivos e ansiolíticos que não lembra ao diabo. Sempre que procuro alguma coisa nos bolsos a confusão é tanta que posso dizer que perco pelo menos trinta minutos por dia numa cáustica busca, facto que me leva a chegar sempre atrasado a qualquer destino. Era mais fácil na altura dos cadernos.

Neste momento o meu dedo mindinho está a ficar nervoso, mas não vou permitir que apague esta treta toda, mesmo que esteja a desviar-me do assunto.

Serei breve, vamos lá: Vivi, socialmente, dez anos em braga, num anonimato incomensuravelmente confortável. Há cinco anos voltei para Vila das Aves. Conheci o W. e durante um ano perdemo-nos pelos poucos bares da zona em tertúlias filosóficas, ou pseudo-filosóficas. Na maior parte das vezes éramos interrompidos por personagens tão absurdas que pensámos em começar a escrever sobre isso. O projecto não vingou, ainda... O meu dedo mindinho é do caralho...

Passaram quatro anos desde então ...

Estes últimos cinco anos foram de absoluta estupidificação, comecei a pensar. Todavia, quando coloquei todas as experiências na balança compreendi que aprendi mais aqui do que no tempo em que estudei filosofia. Num segundo tudo fez sentido. Todas estas histórias... e foram tantas, tantas... pequenas, mas arrebatadoras. Eu lia o mundo com os olhos de Nietzsche, Schopenhauer, Sartre. Que estúpido. Estava cego. O mundo revelava-se a meus olhos e eu não o via.

São essas histórias que serão contadas aqui. Convidei três pessoas para colaborarem comigo no blog. Dois deles da área a filosofia e outro do desenho. Vi alguma compatibilidade entre nós: todos acreditamos que o mal de uns é sempre o contentamento de outros. No entanto, cada um será responsável pelo vocabulário que usar, pelas histórias que contar, ou pelas imagens que colocar.

Por hoje fica assim. O meu próximo post será uma história sobre uma estirpe de contadores de histórias que, sob o meu ponto de vista, devia ser recompensado com a morte.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Para começar...

Se na hora de uma necessidade os amigos são poucos? Ao contrário! Basta fazer uma amizade com alguém para que, logo que este se encontre numa dificuldade, pedir-lhe dinheiro emprestado...

Arthur Schopenhauer